Eu recentemente tive um pequeno deslize que não envolveu nenhuma atitude adicta, auto-abuso ou remorso. Foi, de fato, um erro tão pequeno, que até sete meses atrás eu não o haveria sequer considerado. Minha esposa e eu assistimos a um filme que não tinha outro propósito senão o de ser um estimulante sexual, e não pude deixar isso de lado. Um ano atrás eu teria escrito uma história pornográfica ou me permitido uma fantasia, e eventualmente o filme desapareceria da minha memória. Seja como for, há sete meses atrás percebi que meus pensamentos poderiam ser comportamentos de adicção.
Não é suficiente o fato de eu não estar mais perdendo a minha vida em atitudes que realizassem meu comportamento adicto, como fiz durante tantos anos. Um dia, em meio à obsessão pelos detalhes de uma história, percebi que a essência da minha adicção não está no meu comportamento, mas sim, no meu pensamento. Eu tenho uma maneira adicta de ver o mundo e neste ponto da minha recuperação ele tem sido tão sutil que apenas eu sei quando estou agindo dessa maneira. Posso ser exposto a imagens que estimulem sexo e que elas desaparecerão se eu não quiser acreditar que estou fazendo parte delas. Mas, se de qualquer forma, eu escolher participar, regrido a um baixo comportamento, e não há força em mim, capaz de me trazer de volta. As imagens entram na minha mente e não consigo bani-las. Neste caso, eu deveria ter contado para a minha esposa que o filme não possuía nada que justificasse assisti-lo. Não fiz isso, e tenho consciência disto, e me vejo numa situação perigosa. É por isso que, após cinco anos e meio de recuperação, tive que recorrer ao telefone de um companheiro de DASA, dizendo-lhe que precisava de ajuda e contando-lhe o que havia ocorrido na noite anterior. Conversamos durante quinze minutos, e quando desliguei, minha serenidade estava recuperada.
Este foi outro milagre proveniente da minha compreensão de nosso programa. Na realidade, para nós, não existem pequenos erros, porque somos impotentes perante o nosso desejo.
Sem esta programação minha indiscrição poderia ter crescido até a proporção do ato.
É por isso que estou a apenas um dia de minha loucura e que a diferença entre a vida e a morte é o DASA..
Bill O. – Mobile, Alabama